A incerteza se instalou no contexto da economia mundial e a conjuntura macroeconómica continua fortemente marcada pelos efeitos da disrupção da rota comercial e da cadeia de abastecimento mundial, com consequências nocivas para a estrutura de preços das commodity.
A subida generalizada dos preços de bens alimentares tem sido frequente e deixou de ser uma exceção, tendo remetido para a condição de pobreza extrema uma grande franja da população mundial.
No contexto de São Tomé e Príncipe, além da necessidade de mitigação dos efeitos externos adversos, perturbadores do curso normal da atividade económica, é preciso avançar-se para a adoção efetiva de reformas estruturais com o objetivo de superar as fragilidades socioeconómicas do país.
Com efeito, a articulação entre os entes encarregues pela formulação e condução das políticas públicas é crucial. Nesse quadro, merece particular destaque a articulação objetiva entre a política orçamental e a política monetária e cambial. Por conseguinte, impõe-se ao Banco Central de São Tomé e Príncipe um conjunto de desafios acrescidos, fruto da já referida conjuntura adversa.
É precisamente a partir desta oportunidade que o Banco Central de São Tomé e Príncipe, através do Conselho de Administração a que tenho a honra de presidir, renova o seu comprometimento na concretização dos objetivos de desenvolvimento do país, consubstanciado nas atribuições acometidas ao Banco pela Lei 08/92 que aprova a Orgânica da instituição.
No quadro interno, adotaremos um plano de austeridade que passa pela redução de custos supérfluos ao funcionamento do Banco, sem comprometer os objetivos organizacionais traçados.
No quadro da sua atuação enquanto autoridade monetária e cambial, supervisora e de superintendência, este Conselho de Administração não poupará esforços no sentido de reforçar a estabilidade da moeda nacional e salvaguarda e robustez do Sistema Financeiro Nacional.
Será adotada uma agenda que acelere a implementação da reforma do Sistema Financeiro Nacional, assente na promoção da necessária remodelação legal e regulamentar, na contínua modernização dos sistemas de pagamentos, no incremento e facilitação da digitalização e, sem sombra de dúvidas, no fomento da inclusão financeira.
O Banco Central de São Tomé e Príncipe funcionará como um Conselheiro de Excelência, alicerçado na qualidade, regularidade e oportunidade. Portanto, não pouparemos esforços visando dinamizar a produção e disseminação das estatísticas económicas e financeiras.
Enquanto Governador, estarei sempre na linha da frente na defesa intransigente dos pressupostos para o adequado escrutínio público à actuação do Banco Central de São Tomé e Príncipe.
Acredito que a concretização das legítimas aspirações da população são-tomense é possível e merece de todos os entes públicos, entrega abnegada e articulação funcional.
Américo d'Oliveira dos Ramos
Governador do BCSTP