A estratégia de política monetária seguida pelo Banco Central de S. Tomé e Príncipe desde 2010, consiste na fixação da taxa de câmbio da moeda nacional “Dobra” em relação ao Euro, moeda do principal parceiro comercial do país. A fixação da taxa de câmbio em relação ao Euro, moeda de um espaço económico com estabilidade de preços, além de permitir aprofundar as relações comerciais com a Europa, em particular com Portugal, provocou uma rápida eliminação da inflação dos bens transaccionáveis com a Europa com impacto positivo nos restantes preço da economia nacional.
Com efeito, a estabilização dos preços dos bens transaccionáveis na sequência da adopção da âncora cambial reduziu de forma directa e indirecta a taxa de inflação e tem permitido um maior ajustamento macroeconómico. Por seu turno a adopção da âncora cambial tem permitido criar um “mecanismo de força” que impede a adopção de políticas orçamentais excessivamente expansionista geradoras da inflação. Contudo, esse regime cambial, pressupõe a perda da autonomia no exercício da política monetária na mediada em que, o Banco Central de S. Tomé e Príncipe deixa de poder usar a taxa de juro para combater eventuais desequilíbrios macroeconómicos, passando a subordinar-se ao objectivo de manutenção da sustentabilidade da paridade cambial.